terça-feira, 7 de setembro de 2021

CANTO II – DO TREMOR

 

TREMOR 

 

A Terra treme e seu tremor

derruba casas, castelos, cidades.

 

Nem toda sabedoria

Acumulada por milênios

pela humanidade

é motivo para cessarem

as eternas guerras sangrentas?

 

A selvageria persiste

no âmago humano?

Até quando?

Até quando?

A revolução silenciosa

                      interna

dentro de cada ser

deve se multiplicar...

 

Os seres de bem e de paz

Devem contaminar os entes do mal

e da guerra e da ganância.

 

O diabo – se existe diabo –

é o dinheiro, a moeda, o capital

motivo de todo mal sobre a terra

motivo de guerra, morte, tristeza...

 

a este demônio moeda

deus do mal e da morte

devemos exorcizar

 

dominamos a natureza

as florestas, os desertos

 

controlamos o fogo

suportamos a fúria do vento

sobrevivemos aos tremores da terra

e à invasão do mar

 

vestimos belos fraques e vestidos

e não evoluímos a alma

- se existe alma –

 

somos intolerantes e violentos

ciumentos e possessivos

egoístas e racistas

arrogantes e hipócritas

cínicos e mentirosos

porém belos e educados

cultos e eticamente corretos.

 

Ah, humanos /amados ou não amados/

- se existe o amor – mas

o que é o amor

se não o desapego total de tudo?

o gostar de fazer o bem

um amor sensual sem pensar em mal...

 

Ah, humanos, da era das pedras

à era das pernas, formosas, à mostra,

das cavernas às torres de concreto e aço

eterno asco na história humana.

 

Um tremor a mais a realizar

rezem, orem, clamem à Deus

- se existe Deus –

- se existe apenas um Deus e não Deuses –

por um tremor de encantamento

de compreensão e sabedoria

de que a vida deve ser de paz

ó óbvio, trivial

que a humanidade não faz.

 

Vamos fazer tremer a existência

e apagar os vestígios do egoísmo e ganância,

vamos ter vergonha da riqueza

este é o tremor mais devastador

da alma humana – se existe alma –

(animal tem alma?) contra a vida contemporânea.

 

O mar devolve à terra

o lixo da terra jogando ao mar, 

um outro cantar me surge na mente

sob as estrelas cadentes ao meu olhar.

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